Petrobras: Diesel sobe 3% e gasolina 5% a partir deste 30 de setembro

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) – A Petrobras elevará os preços médios da gasolina em suas refinarias em 5% a partir de quarta-feira, informou a companhia nesta terça-feira, enquanto o valor do diesel subirá 3%. No caso da gasolina, é o segundo aumento seguido, após reajuste de 4% na semana passada que se seguiu a três quedas consecutivas. No diesel, combustível mais utilizado do Brasil, a alta será a primeira desde a anunciada em 20 de agosto. Desde então, a Petrobras havia reduzido o valor por três oportunidades. De acordo com dados compilados pela Reuters, o preço médio da gasolina nas refinarias da estatal passará a ser de 1,744 real por litro, quando o litro chegou a custar menos de 1 real, no ápice das medidas restritivas para contenção da pandemia de Covid-19

Já o diesel acumula queda de 33,5% em 2020, ainda segundo números da Petrobras compilados pela Reuters. Nas mínimas do ano, registradas entre o final de abril e medos de maio, o preço médio do combustível girou em torno de 1,30 real por litro. A Petrobras defende que o valor dos combustíveis na refinaria acompanha a paridade de importação, que é influenciada por fatores como o preço do petróleo no mercado internacional e as cotações do dólar.

Por outro lado, o dólar tem registrado firme valorização frente ao real. Na segunda, a divisa norte-americana fechou no maior nível em relação à moeda brasileira em quatro meses, na casa dos 5,63 reais, influenciado especialmente por preocupações com o quadro fiscal do país. Nesta terça, o dólar operava em torno de 5,65 reais, o que indica uma alta de cerca de 3% no acumulado do mês.

“Tinha uma defasagem até maior, a gente calcula que perto de 10 centavos para o diesel e 30 centavos para a gasolina, então com esse aumento tiraram perto de metade da defasagem para o diesel e um pouquinho menos de um terço da gasolina”, disse Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

“O movimento veio em linha para a gente, fechando esse ‘gap’, e tem muito a ver com o câmbio… Ficou uma diferençazinha, é possível que para frente mais movimentos leves de altas sejam feitos. Claro que especialmente o câmbio, que desde a semana passada tem se mostrado mais estressado, vai ser um fator fundamental”, acrescentou.

O repasse dos reajustes nas refinarias aos consumidores finais nos postos não é garantido, e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de etanol anidro e biodiesel.

Fonte: Agência Reuters / Bol / boletim Petrobras
Por Rodrigo Viga Gaier, Roberto Samora e Gabriel Araujo