Maduro autorizou e empresa vai buscar oxigênio na Venezuela

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, orientou que sua diplomacia atendesse ao pedido do governo do Amazonas para liberar uma carga de oxigênio hospitalar da White Martins produzida no país. O chanceler chavista Jorge Arreaza disse que conversou nesta quinta-feira, 14, com o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), após o sistema público entrar em colapso no Estado.

“Por instruções de Maduro conversei com o governador do Amazonas, Wilson Lima, para colocar imediatamente à disposição o oxigênio necessário para atender a contingência sanitária em Manaus. Solidariedade latino-americana antes de tudo!”, expressou o ministro Arreaza.
Lima agradeceu em nome do povo amazonense. 

Principal fornecedora do oxigênio hospitalar no Amazonas, a empresa White Martins comunicou que buscaria o estoque disponível em suas operações na Venezuela e que tentaria viabilizar a importação para abastecer o Estado. “A White Martins já identificou a disponibilidade de oxigênio em suas operações na Venezuela e, neste momento, está atuando para viabilizar a importação do produto para a região”, disse a empresa em nota.

Desde o ano passado, a diplomacia bolivariana tem tentado uma  trégua com Brasília. Em agosto de 2019, por exemplo, a chancelaria chavista ofereceu ajuda durante as queimadas na Amazônia. No ano passado, sugeriu o arquivamento das diferenças políticas e ideológicas em prol de um esforço continental sanitário para lidar com a pandemia do novo coronavírus. O próprio Maduro chegou a dizer, em julho, que gostaria de ter uma “coordenação efetiva com autoridades governamentais e de saúde”. O Itamaraty ignorou.

Brasília e Caracas começaram um processo de afastamento no fim do governo Dilma Rousseff. Hoje, os países mantêm relações mínimas. Bolsonaro determinou o fechamento das representações diplomáticas em Caracas e no restante do País. Além disso, cassou o status diplomático dos representantes de Maduro em Brasília. Eles são agora “personae non gratae”.

Em tese, o governo Maduro poderia barrar a exportação para o Brasil administrativamente. Desde o início da pandemia, o governo Bolsonaro já usou do expediente de controlar a exportação de insumos hospitalares com alta demanda, como o comércio de respiradores pulmonares, álcool em gel e máscaras.

A crise extrema em Manaus já se alastra para o interior do Amazonas e certamente atingirá outros estados. Especialistas afirmam que a mutação, identificada naquela região, já está em todo território nacional e alertam para a contenção e preparo no atendimento das vítimas do vírus.

Da Redação O Estado Brasileiro
Fonte: com Estadão conteúdo